12 de dez. de 2011

Hilda Furacão e o Frei Malthus

HILDA FURACÃO E O FREI MALTHUS

Eu nunca me afastei de Deus, apesar de tudo. Nunca. Posso até dizer que fui mais testada que muito mais gente que eu, que se diz merecedora sem nunca ter passado por nada.
Pelo que é que você passou? Você nunca passou por nada.
Pra todo mundo eu sou Hilda Furacão, menos para mim mesma.
Ninguém pode amar Hilda Furacão como eu queria que alguém me amasse, nem mesmo um Padre. Nem mesmo um Padre que enche a boca pra dizer que ama a humanidade, que vive para a humanidade.
É muito fácil amar a humanidade!
Eu quero ver você amar as pessoas de verdade. As pessoas que tem cheiro, que tem cor, que andam, que fazem tudo errado.
Desses, você não consegue chegar perto, quanto mais amar!

Hilda Furacão - minissérie de Glória Perez, de 27 de maio a 23 de julho de 1998, conta a trajetória de Hilda Furacão, a mais desejada prostituta da zona boêmia de Belo Horizonte nos anos 50. Filha de uma tradicional família de classe média, Hilda escandalizou a sociedade mineira ao romper com a família e com as convenções fugindo no dia de seu casamento e indo refugiar-se entre as prostitutas.
A minissérie foi uma adaptação do livro de Roberto Drummond, que por sua vez baseara-se na vida real de Hilda Furacão, que ele conhecera nos anos 50. Com a minissérie criou-se uma curiosidade sobre o paradeiro de Hilda, que há muito não se ouvia falar.
A minissérie sofreu críticas de alguns setores da política. A seção regional do Partido Social Democrático (PSD), no Rio de Janeiro, pediu a suspensão da minissérie no estado. O partido alegava que a veiculação de imagens do Partido Comunista Brasileiro (PCB) feria a legislação eleitoral, porque o eleitor poderia confundir o partido do romance com aquele que participava das eleições presidenciais de 1998. Apesar das críticas, a minissérie não sofreu conseqüências que afestassem sua exibição. Em 2002 a minissérie foi lançada em DVD.

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