Historiadora, escritora, angelóloga
Leio jornais e
observo as redes sociais!
Percebo como é
incrível a nossa necessidade de ter e de fazer justiça.
Temos sede
dela.
Queremos sua
aplicação severa, rigorosa, a tudo e a todos!
Mas que venha a
ser branda, por favor, se o erro for nosso.
Aí pedimos
clemência e comiseração.
Independente de
questões religiosas, gosto muito das parábolas de Jesus.
Uma em especial,
onde um homem, devedor de uma fortuna a um rico mercador e não tem como pagar,
implora perdão.
O homem rico,
tocado de compaixão, perdoa-lhe completamente toda a dívida.
Porém, aquele que
tivera saldados os seus débitos encontra em seguida um quase mendigo que lhe
devia uns poucos trocados e que implora por seu perdão.
Não o perdoa e é
implacável, lançando-o na prisão por não ter como pagar o que lhe
devia.
Os servos do
mercador assistiram a tudo e correram a contar-lhe o que se passou.
Ele então
determina que busquem o antigo devedor, lançando-o às grades, após vários
açoites por sua atitude covarde e impiedosa!
Uma pena que isto
não tenha permanecido como uma alegoria bíblica de tempos idos.
Inquieta minha
alma saber quantos de nós temos agido assim a vida toda.
Normalmente,
perdoamos os poderosos, distribuímos entradas gratuitas aos que podem
pagar,
porque dá
“status” entrar de graça em espetáculos e exploramos os mais
necessitados.
Sempre tive os
dois pés atrás com algumas questões “plantadas” por alguns e repetidas por
muitos.
Não acredito que
“onde há fumaça há fogo”, porque sei o quanto é ruim ser vítima de
inverdades.
Não saio atirando
a primeira pedra ou condenando a esmo quem quer que seja.
E fico bem triste
por nosso arcaico sistema ou critério de democracia e liberdade.
Respeito tudo o
que você disser, desde que seja o que eu quero ouvir e concordo.
Luto por
igualdade e respeito às minhas escolhas, opções sexuais, convicções, mas persigo
os que manifestam-se contrários a mim!
Estamos apenas
tateando no escuro sobre o que é verdadeiro respeito e liberdade, então todos
precisamos ceder um pouco.
Impor como
verdade absoluta o que é NOSSA verdade de vida é tão triste como lançar à
execração pública quem quer que seja, sem direito à defesa.
A turba enfurecida me assusta.
Ela não
raciocina. Apenas repete o que uns poucos, muitas vezes bem pagos começam a
gritar.
De repente, sem
querer até, todos estão conclamando:
- Crucifica,
crucifica, crucifica!
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