23 de dez. de 2011

Mulher, luz é teu nome

Maria Tagarela

Fonte de inspiração.
Musas, deusas.
Cantadas, pintadas, esculpidas, poemas.
Corpos nus, sorrisos misteriosos,
Transformaram-se pelas mãos
Que seguravam cinzéis, pincéis e canetas
Em divindades eternas.
Amélia, Yolanda, Carolina,
Ismália,
Geni, Adeline, Elô, Lígia.
Vênus, Monalisa, Madalena.

 Desde o princípio estavam aqui.
Guerreiras, santas,
Rainhas, prostitutas.
Eva, Sarah,
Maria,
Maria Madalena,
Cleópatra, Salomé,
Maria a Louca, Josefina,
Sissi, Elizabeth,
Leopoldina.
Indira, Catarina.
Evita.
Joana D’Arc.

Transformaram a vida em arte,
Ruth Escobar, Ana Botafogo,
Regina Duarte,
Ava Gardner, Hebe Camargo.
Fernanda Montenegro.
Regina Casé.

Subiram aos céus e viraram estrelas.
Leila Diniz,
Elis Regina, Maysa.
Lady Di.

Flores de forma humana.
Rosa, Margarida,
Hortência.

Símbolos por sua beleza e forma.
Marilyn, Rita Haywort,
Madona.

Brinquedos de criança.
Xuxa, Eliane, Angélica,
Minie,
Magali, Mônica.

Sua voz alegra os corações.
Edite Piaf, Marisa Monte,
Rita Lee,
Monserrat Caballe,
Daniela Mercury, Quarteto em si.

Transformaram papel e caneta em sonhos.
Clarice Lispector, Agatha Christie,
Cecília Meireles, Raquel de Queiroz.

Sofredoras da Praça de Maio.
Torturadas nas fogueiras,
Queimadas nas fábricas,
Escravas acorrentadas,
Mutiladas, violentadas.
Anônimas.

Símbolo do amor universal.
Madre Tereza de Calcutá.

Mulheres...
O que seria do mundo?
O que seria dos homens
Maridos, namorados, filhos e pais?
Sem esses anjos sem asa?
Sem essas Marias, donas de casa,
Trabalhadoras,
Médicas, secretárias, serventes,
Domésticas, auxiliares,
Administradoras, gerentes?
O que seria do mundo,
Sem tua força,
Sem tua garra,
Sem tua barriga, mulher?

Barretos, Maio de 1998.

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