Cristiane Framartino Bezerra
Historiadora, escritora e angeóloga
Ler, para mim, de fato é uma benção!
E mais
ainda quando determinadas leituras se entranham na minha mente e no momento
oportuno florescem como sopros divinos!
Agora há pouco eu pensava nos últimos
acontecimentos de um ano bebê. Recém iniciado e tão repleto de altos e baixos,
injúrias, mal entendidos, fofocas, blaterações...
De repente, brotou a frase
do Tagore: “Há beleza na flor que desabrocha e bondade na que murcha!”...
Mas
que dificuldade este entendimento.
Quantas reuniões do CVV, do Tai Chi, do
Zen, do Cristianismo, missas, cultos, sessões... Todas dizendo a mesma coisa:
“Está tudo certo no Universo”, “os fatos são amigos”, “tudo o que nos acontece
nos favorece!”, “tudo coopera para o bem dos que amam a Deus”, “o que não mata,
engorda!” e por aí afora.
A noção verdadeira de que o que é benção ou
fatalidade só Deus pra saber, que uma coisa parece muito boa hoje e amanhã se
transforma num enfado (só observarmos as estatísticas das mulheres espancadas
por seus maridos... Pensar que um dia houve um oferecimento de flores,
telefonemas sedutores, para depois tudo virar pesadelo).
Ou seja, ninguém
pode veementemente determinar com segurança o resultado final de uma ação, por
mais que acredite muito piamente em plantação e colheita.
Talvez o fato de
crer numa teoria reencarnacionista dê um alento um pouco mais especial.
Se eu
não fiz as coisas que estou recebendo desta vida, nesta vida, porque estou
recebendo? Porque fui algoz, carrasco, tudo de ruim...
Mas quando consigo
absorver todas as energias, compreendendo que sou parte de um todo maior, que
reúne bênçãos e fatalidades num mesmo “balaio”, respiro, contemplo, reverencio e
aceito
– “Ok, Cosmos, qual é a lição desta vez?”
Valso sobre os
obstáculos, danço a dança da minha própria alegria e ignorância, entristeço pela
maldade de algumas pessoas e chego a orar por elas, de verdade...
A lei de
causalidade do Universo é rigorosa e ninguém escapa.
Podemos escapar da
justiça humana, podemos olhar nos olhos de alguém enganando-a e ela não
perceber...
Mas o Universo percebe. Tem certeza de cada comportamento
nosso.
E aí, quando consigo levantar o pescoço do lamaçal da tristeza em que
começava a chafurdar,
vejo luzes brilhantes e reluzentes no fim do
túnel.
Fui jantar no restaurante japonês da minha preferência, o Yakin, e sou
surpreendida com uma homenagem do sushiman Victor, preparando-me um delicioso
sushi de abacate!
Ontem, recebi um presente precioso do Dr. Décio Agostinho,
um cd intitulado “O romance da música”, com pérolas de canções que inspiraram
seu namoro com a querida Sônia!
Conheci a Andréa Nicia e um novo grupo de
amigos, voltados para terapias holísticas e tratamentos integrados entre corpo,
mente, alma e coração!
Estou sendo delicadamente reconduzida de volta a mim
mesma, por forças angélicas indestrutíveis e muito amadas!
Como diria Manuel
Bandeira: “Há problemas, eu sei, mas há flores!”
Minha vida tem dores
intensas que só eu e Deus sabemos. Mas tem presentes tão fantásticos, amigos tão
queridos, bênçãos tão plenas, invisíveis por vezes aos olhos físicos, mas que
banqueteiam a alma!
Perdas, fatalidades?
Injúrias, maldades?
Tempo,
silêncio e amor!
Curas perfeitas e raras de todas as
feridas!
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